12 de novembro de 2007

Fado da Balada

Letra: Silva Távares
Música: Alfredo Rodrigo Duarte "Marceneiro"

Conta uma linda balada
Que um rei, dum reino sem par
Vendo morta a sua amada
Quis o seu seio moldar

E por molde, modelada
Depois de gasto um tesouro
Nasceu a graça encantada
Duma taça toda d'ouro

E quando por ela bebia
Morto por se embriagar
Saudoso, triste sorria
Com vontade de chorar

Certa noite imaculada
À luz do luar divino
Deixou a corte pasmada
E fez-se ao mar sem destino

No mar ansiando a graça
De com a morta se juntar
Bebeu veneno p'la taça
Atirou a taça ao mar

Ao seu seio não há nada
Que se possa igualar
Nem a taça da balada
Que jaz no fundo do mar

5 de novembro de 2007

Alfama

Letra: Hermano Sobral
Música: Alfredo dos Santos "Correiro" (Fado Correeiro)

Alfama bairro velhinho
Monumento de saudade
Sacrário de tradições
Tens um lugar de carinho
E de sincera amizade
Nas minhas recordações

Bairro de gente do mar
Varinas e marinheiros
São o fruto que nos dás
Honrados no trabalhar
Alegres e galhofeiros
No descanso e boa paz

Quando tens uma tristeza
No coração magoado
Cantando-a a sabes dizer
O teu fado é uma reza
E desabafas num fado
A razão do teu sofrer

Usando por garridice
Craveiros a enfeitar
O beco mais recatado
És mais velha que a velhice
Mais marinheira que o mar
E mais fadista que o Fado

Alamares

Letra: Linhares Barbosa
Música: Jaime Santos

Comprei uns alamares
P'ra enfeitares o teu varino
Quero-te à marialva
À moda antiga
Chapéu de aba direita
De um castiço figurino
E na boca formosa uma cantiga

Bota de pulimento
Que se veja bem o salto
Biqueira miudinha afiambrada
E uma cinta de seda
Sobre calça de cós alto
Samarra de astracã afadistada

Na Mouraria
Desde a Amendoeira à Guia
Vamos encher de alegria
Esse bairro sonhador
Que esta guitarra
Tenha a voz de uma cigarra
Que o seu trinado desgarra
Numa cantiga de amor

Gravata à cavaleira
Na tua camisa branca
Fica mesmo ao pintar
Se não te importas
Vamos depois aos toiros
No Domingo a Vila Franca
E na segunda-feira
Para as hortas

Na adega mais antiga
Da Calçada de Carriche
Havemos de cartar o rigoroso
E pões uma melena
No cabelo de azeviche
E sobre a orelha
Um cravo imperioso

O FADO não morreu!!

Ó fadistagem apenas queria que soubessem que este blog não morreu e irá ter muitas mais letras de hoje em diante.

Um abraço/beijinho (ou os 2),

Manuel L. O. Marçal